terça-feira, 14 de julho de 2009

Teoria Comportamentalista

As teorias Comportamentalistas, focaram sobretudo a relação Estímulo-Resposta, e procuraram saber quais as leis que presidiam ao estabelecimento desta relação.
A aprendizagem é uma aquisição de comportamentos através de relações mais ou menos mecânicas entre um Estímulo e uma Resposta.




A situações idênticas correspondem a comportamentos idênticos

Características:

- O indivíduo é visto como passivo em todo o processo;
- A aprendizagem é sinónimo de comportamento expresso;
- O reforço é um dos principais motores da aprendizagem;
- A aprendizagem é vista como uma modelagem do indivíduo.

Princípios Psicopedagógicos:
- Definir com maior exactidão possível os objectivos finais da aprendizagem;
- Análise cuidada da estrutura das tarefas, de modo a determinar os objectivos do percurso;
- Apresentação da matéria em sequências curtas de forma a permitir um melhor condicionamento do aluno, conduzindo-o através de experiências positivas de aprendizagem;
- Apresentar estímulos capazes de suscitar as reacções adequadas às aprendizagens desejadas;
- Reforçar as reacções desejadas;
- Proporcionar o conhecimento dos resultados da aprendizagem como forma de retroalimentação do processo;
- Recompensar, retirar a recompensa ou punir, em função da relação entre o comportamento expresso e a aprendizagem desejada;
- Exercitar os comportamentos aprendidos.

Técnicas de Ensino:
- Exercícios de repetidos;
- Ensino individualizado, tipo programado;
- Demonstrações para imitação;
- Memorização.

PAVLOV

Para Pavlov a aprendizagem é uma resposta a estímulos condicionais. A sua aquisição dá-se pelo "condicionamento correspondente” que modifica o comportamento natural do indivíduo.

SKINNER

A aprendizagem decorre de uma primeira acção do sujeito que será reforçada. A retenção, ou seja, a própria aprendizagem, é também fraca, pois depende da manutenção dos reforços sobre as respostas que vão acontecendo. O aluno tem pouca participação e não necessita de motivação própria. Assim como a teoria de Pavlov, o método de Skinner é indicado para aprendizagens menos complexas que podem ser realizadas por meio do reforço.

De acordo com a teoria do condicionamento operante, o comportamento humano não é fruto de tendências inatas, mas sim de condicionamentos constituídos por circunstâncias reforçadoras, podendo, por isso, ser modificado por influência externa. O condicionamento operante induz à aprendizagem operante, a qual se baseia nos seguintes princípios:

1) A frequência de uma conduta aumenta quando acompanhada de reforços positivos;

2) A frequência de uma conduta diminui quando não é acompanhada de reforços positivos;

3) A frequência de uma conduta diminui quando é acompanhada de castigos.

A aprendizagem por imitação é tanto mais eficaz quanto melhor conseguir assegurar as seguintes condições: amabilidade e competência do modelo; capacidade de observar e de processar e reter informação por parte do aluno; frequência e intensidade do modelo. O modelo tem uma capacidade tanto maior para estimular a imitação quanto mais prestígio tiver, melhores relações afectivas estabelecer com o observador, mais continuada e intensa for a presença do modelo e mais informação conseguir transmitir ao observador.

Skinner considera que todas as crianças nascem com três características congénitas:

1) Competência genéticas;

2) Capacidade para responder aos reforços;

3) Repertório de comportamentos respondentes.

Os reforços podem ser positivos ou negativos. Os reforços positivos tendem a aumentar a frequência da resposta. A punição conduz à extinção de uma resposta indesejada, mas não tem qualquer relação directa com o aumento da frequência das respostas desejáveis. Por isso, Skinner considera que a punição não deve ser usada em educação.

BANDURA

Segundo Bandura, o reforço recebido por um sujeito, pode ter um efeito sobre os demais que passarão a imitá-lo com o objetivo de também receberem o mesmo reforço. Este tipo de aprendizagem acontece em grupos homogêneos, quando um participante reforçado, serve de exemplo modelar para todos os outros.

Behaviorismo é o estudo científico, puramente objectivo, do comportamento humano, iniciado em 1913 por Watson.

Neste movimento destacam-se, fundamentalmente, dois tipos de aprendizagem:

- O condicionamento clássico

- O condicionamento operante

Condicionamento Clássico:

É Pavlov (1849-1936), fisiologista russo, que atribui os primeiros estudos experimentais nesta área, razão pela qual se designa por condicionalismo clássico.
Há um estímulo que à partida não tem relação com a resposta.
Este tipo de aprendizagem é muito pouco utilizada nas situações mais frequentes de formação.

Na perspectiva do reflexo condicionado, a aprendizagem poderia ser concebida como um processo de desenvolvimento de reflexos condicionados que se obteriam substituindo os estímulos não condicionados por estímulos condicionados.
Condicionamento Operante:

A tónica é posta agora na resposta e nas suas consequências, desenvolvida por Thorndike.
Aprender é resolver um problema.


O condicionamento operante é o processo de aprendizagem através do qual uma resposta é tomada mais provável ou mais frequente.

Teoria Cognitivista

A aprendizagem não é simplesmente um processo de associações do tipo Estímulo-Resposta. Consiste numa mudança da estrutura cognitiva do sujeito e assenta na forma como ele percebe, selecciona, organiza e atribui significados aos objectos e acontecimentos.

É um processo dinâmico, centrado nos processos cognitivos, nos quais temos:


Características

- Aprende-se a fazer, fazendo;

- A aprendizagem confunde-se com a compreensão;

- O processo de aprendizagem é intencional (objectivos, explorativo, imaginativo);

- O indivíduo procura aprender devido às suas necessidades internas, à sua curiosidade, às suas expectativas (motivação).

Princípios Psicopedagógicos

- Motivação: motivar o sujeito para a aprendizagem, relacionando as suas necessidades pessoais com os objectivos da própria aprendizagem;

- Valorização da experiência anterior: reconhecer que a estrutura cognitiva do sujeito depende da sua visão do mundo e das suas experiências anteriores;

- Estratégias de ensino adaptadas ao nível de desenvolvimento dos alunos;

- Relacionar o novo com o adquirido: ajudar os sujeitos a relacionar conhecimentos e habilidades novas com conhecimentos e habilidades anteriormente adquiridas;

- Valorização da compreensão em detrimento da memorização;

- Fornecer informações, indicar factos, fornecer pistas que facilitem a compreensão, organização e retenção dos conhecimentos;

- Valorizar a prática, a experimentação de novos conhecimentos, não equacionar a prática como repetição, mas concebê-la como uma série de tentativas sucessivas e variadas, que facilitem a transferência de habilidades e conhecimentos para novas situações;

- Sistematização: iniciar cada unidade de ensino apresentando conjuntos significativos e descer gradualmente ao pormenor.

Técnicas de Ensino
- Ensino pela descoberta;
- Apresentação dos objectivos;
- Introduções;
- Sumários;
- Questionários orientados para a compreensão;
- Esquemas;
- Debates;
- Discussões;
- Estudo de casos.
PIAGET
Jean Piaget (1896 - 1980) foi biólogo, zoólogo, filósofo, epistemólogo e psicólogo e ficou conhecido pela sua Teoria Cognitiva.
A Aprendizagem ocorre por meio do processo da “Equilibração”. As constantes tentativas do sujeito de satisfazer uma necessidade geram uma aquisição estrutural.
A inteligência é uma forma de adaptação e o aprendiz não será esquecido pois faz parte da organização interior do indivíduo. Este aprendiz, construído, mantém-se por toda a vida (retenção) uma vez que o “inconsciente cognitivo” o mantém em estado potencial.

BRUNER

Valoriza a intuição como instância fundamental para a apreensão da realidade ao longo da vida do sujeito. Bruner também valoriza a honestidade na transmissão do conhecimento como forma de aprendizagem. Bruner destaca o papel das categorais cognitivas como grupos conceituais que reúnem aprendizagens com elementos em comum, e que estão sempre, à disposição para novas aprendizagens serem incorporadas.
Este processo em espiral e a aprendizagem pela descoberta, a partir da descoberta “inicial” e a sua sequência mais complexa, são as contribuições mais significativas do autor.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Teoria Construtivista

A aprendizagem construtivista é simplesmente o processo de ajustamento do nossos modelos mentais para incluir e organizar novas experiências.

Princípios do Construtivismo:

- A aprendizagem é uma procura de sentido. Como tal, deve começar com tópicos à volta dos quais o indivíduo esteja activamente interessado em construir sentido.
- O sentido requer a compreensão tanto do todo como das partes. As partes devem ser compreendidas no contexto do todo. Por isso a aprendizagem deve focar-se em conceitos primários e não em factos isolados.

- Para ensinar bem, o professor tem de compreender os modelos mentais que os alunos utilizam para interpretar o mundo e os pressupostos que estão por detrás desses modelos.
- O objectivo da aprendizagem é que o aluno construa o seu próprio sentido, não é memorizar as respostas “certas” e reproduzir o sentido de outra pessoa.
- Visto que a educação é inerentemente interdisciplinar, a única maneira válida de avaliar a aprendizagem é integrar o processo de avaliação no próprio processo de aprendizagem, assegurando que o aluno receba informação sobre a progressão na sua própria aprendizagem.
Estilos de Aprendizagem:

- Cada aluno define o seu próprio estilo de aprendizagem, aprendendo o que se quer, como e onde se quer;

- É através deste estilo pessoal de aprendizagem que adquirimos a experiência de vida;

- Centra-se no ser humano, na sua singularidade, nos seus motivos e nos seus interesses;

- A aprendizagem é determinada pelo melhor processo que cada indivíduo encontra para reter novos conhecimentos, novas experiências;

- Aprendizagem como algo espontâneo.

Princípios Psicopedagógicos:


- A preocupação central não deve ser com o ensino, mas sim com a aprendizagem numa perspectiva de desenvolvimento do aluno;
- Centrar a aprendizagem no aluno e nas suas necessidades, na sua vontade e nos seus sentimentos;
- Desenvolver no aluno a responsabilidade pela auto-aprendizagem e incutir-lhe o espírito de auto-avaliação;
- Centrar a aprendizagem em actividades e experiências significativas para o aluno;
- Desenvolver no seio do grupo relações interpessoais baseadas na empatia;
- Ensinar também a sentir e não apenas a pensar;
- Ensinar a aprender;
- Criar no seio do grupo uma atmosfera emocional positiva, que ajude o aluno a integrar novas experiências e novas ideias;
- Promover a aprendizagem activa, orientada para processos de descoberta, autónomos e reflectidos.

Técnicas de Ensino:

- Ensino individualizado;
- Discussões;
- Debates;
- Painéis;
- Simulações;
- Jogos de Papéis;
- Resolução de Problemas.

VYGOTSKY

Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896, viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos.

Construiu a sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. A sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.

As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados pelos indivíduos e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida quotidiana. Propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.

As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano, colocam que o cérebro é a base biológica, e as suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam a sua idéia de que as funções psicológicas superiores (Ex. linguagem, memória) são construídas ao longo da história social do homem com a sua relação com o mundo. Desse modo, as funções psicológicas superiores referem-se a processos voluntários, acções conscientes, mecanismos intencionais e dependem de processos de aprendizagem.

Vygotsky usa o termo função mental para referir-se aos processos de: pensamento, memória, percepção e atenção. Refere que o pensamento tem origem na motivação, interesse, necessidade, impulso, afecto e emoção.

A interação social e o instrumento linguístico são decisivos para o desenvolvimento.

Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.

A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto, ou seja, é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial) nas quais as interacções sociais são centrais, estando então, ambos os processos, a aprendizagem e o desenvolvimento, inter-relacionados.

A escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem. O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de situações informais nas quais o aluno aprende por imersão num ambiente cultural. Portanto, é papel do professor provocar avanços nos alunos e isso torna-se possível com a sua interferência na zona proximal.

Vemos ainda como fator relevante para a educação, decorrente das interpretações das teorias de Vygotsky, a importância da actuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada desses membros da cultura, nessa perspectiva, é essencial no processo de desenvolvimento. Isso mostra-nos os processos pedagógicos como intencionais, deliberados, sendo o objecto dessa intervenção: a construção de conceitos.

O aluno não é somente o sujeito da aprendizagem, mas aquele que aprende junto ao outro, o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.

sábado, 11 de julho de 2009

Reflexão

Ao longo das sessões da disciplina de Psicopedagogia, abordamos três teorias de aprendizagem (Comportamentalista, Cognitivista e Construtivista) que me serão muito úteis para as planificações das minhas aulas.

Passo assim a resumir os pontos fundamentais das respectivas teorias de aprendizagem:

Teoria Comportamentalista
Esta teoria baseia-se num pressuposto da ciência e teve-se única e exclusivamente a ele para entender o aluno.
Só podemos estudar aquilo que podemos ver, medir, calcular, pesar e/ou quantificar.
Quando aplicado ao aluno, veremos que se torna impossível estudar características como força de vontade, desejo, imaginação, criatividade, moral.
Logo, todo o enfoque da teoria recaiu sobre o comportamento do aluno, a maneira como reagimos e nos expressamos frente aos diversos elementos ao qual somos expostos.
Assim esta teoria:
- Preocupa-se essencialmente com a operacionalização dos objectivos e com as metodologias de ensino;
- Todo o comportamento pode ser aprendido;
- A aprendizagem resulta na modificação observável e mensurável do comportamento do sujeito, produzido pela acção educativa.
Teoria Cognitivista

A Psicologia Cognitiva pode ser definida como "o estudo de como os alunos percebem, aprendem, recordam e ponderam as informações". Por outro lado, o Cognitivismo pode ser descrito como "uma perspectiva psicológica sugerindo que o estudo da maneira como os alunos pensam levará a um amplo insight sobre grande parte do comportamento humano"

Assim esta teoria:


- Preocupa-se sobretudo em tornar a aprendizagem significativa, valorizando a compreensão em detrimento da memorização tendo em conta, as características do aluno, as suas experiências anteriores e as sua motivações.
- A aprendizagem é um processo dinâmico de codificação, processamento e recodificação da informação.
É essencial conhecer os processos cognitivos que possibilitam estas operações e as condições contextuais que as facilitam.
- O aluno interage com o meio e é essa interacção que lhe permite aprender.

Teoria Construtivista

A Teoria Construtivista é a que possibilita um maior entendimento do que é a Informática Educativa e das possibilidades que se abrem com o uso pedagógico das tecnologias da Informação e Comunicação.
Assim esta teoria:

- Preocupa-se essencialmente em criar um clima de aprendizagem, baseado nas relações empáticas, que conduzisse ao desenvolvimento integral do aluno.
- A aprendizagem é essencialmente um processo de descoberta do significado pessoal do conhecimento.
- O professor deverá ter sensibilidade e flexibilidade para seleccionar o(s) modelo(s) que mais se adaptam ao contexto da aula.
- O professor e aluno são os principais intervenientes no processo de ensino-aprendizagem e é a eles que compete entrar numa situação de relacionamento autêntico, que permita ao professor adaptar as teorias e os métodos de ensino à sua própria personalidade e à realidade dos alunos. Deste modo, a arte de saber ensinar reside na articulação entre a situação concreta de ensino-aprendizagem, na estrutura do sujeito e na tarefa em si.